COMO UM PARTO
carnificina em jejum
cores que nao dislumbram
verdades pereciveis
paixoes naufragas
infinitos perduaveis
o exilio das coisas imutaveis
dançam nessa manhã.
e tudo dorme...
SOBRA
teu resto que nao me alcança
os escombros das lembraças tentam se edificar em mim
malditas noites de suor e dor...
teu sono e teu calor que ainda corme em mim.
COMO UM PARTO
Dói a inveja o soluço e a escuridao
dói a sobra infinita da ingratidao
teu soluço infantil no quase frio das horas vazias
Como um parto das almas que nao querem nascer
como um prato vazio farto de se encher
Dói...
COISA SÉRIA
Sou expectador do terror
mediador das dores
juíz dos conflitos
amigo dos suicidas...
saudades... dos que ainda nao foram.