COMO UM PARTO

carnificina em jejum

cores que nao dislumbram

verdades pereciveis

paixoes naufragas

infinitos perduaveis

o exilio das coisas imutaveis

dançam nessa manhã.

e tudo dorme...

SOBRA

teu resto que nao me alcança

os escombros das lembraças tentam se edificar em mim

malditas noites de suor e dor...

teu sono e teu calor que ainda corme em mim.

COMO UM PARTO

Dói a inveja o soluço e a escuridao

dói a sobra infinita da ingratidao

teu soluço infantil no quase frio das horas vazias

Como um parto das almas que nao querem nascer

como um prato vazio farto de se encher

Dói...

COISA SÉRIA

Sou expectador do terror

mediador das dores

juíz dos conflitos

amigo dos suicidas...

saudades... dos que ainda nao foram.

Marcos Marcelo Lírio
Enviado por Marcos Marcelo Lírio em 05/08/2010
Código do texto: T2420079