DIZ QUE NÃO TE AMO

Faz com que eu creia noutra coisa diferente do que sinto

E me convence que não passa de absinto todo favo que destilas

Dá-me a ilusão que são tranquilas às tormentas desse instinto

E diga-me que minto e em meus desejos não desfilas!

Diz ao meu olhar que ele não olha o que vê

Que o peito bate incrédulo ao crer e o corpo se engana ao reagir

Que inexiste a dor a me ferir e posso prescindir do que não quero desfazer

Diz que não me encontro a sofrer na cena teatral do meu sorrir!

Chama minha crise de saúde e alude o meu deserto ao vasto mar

A fim de que eu me arvore transitar na angústia que me impede de agir

Ensina-me a iludir essa verdade que propõe-se a me enganar

E faz meu coração se equivocar ao disparar quando tua pele me sentir!

Fala, eu te imploro, que meu amor não te pertence

Engana e convence o meu delírio que insiste a te esperar

E que assim eu possa despertar do acordado pesadelo que me vence

Liberto do suspense que me obriga a no impossível acreditar!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 05/08/2010
Reeditado em 05/08/2010
Código do texto: T2419999
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