Ainda não aprendi

A calar a voz do coração,

a encarar a vida sem emoção,

ainda não aprendi.

A guardar só para mim o sentimento,

a não expô-lo ao ar a qualquer momento,

ainda não aprendi.

A conter a alegria do meu olhar,

controlar o desejo de em canções me declarar,

ainda não aprendi.

A te amar só entre nós,

a te admirar apenas quando enfim sós,

pois mesmo se assim procedo,

para ti, em sentimentos me excedo.

Mas ainda não aprendi,

porque eu sou aquela que é metade amor,

e a outra metade é poesia,

a que não resiste ao seu olhar encantador,

a que te ama em demasia.

Aquela que não consegue conter o amor,

mas o quer declará-lo a ti aonde o coração a guia.

Perdoe-me por ser assim,

mas é tanto amor que não cabe em mim,

então transborda por onde vou.

Mais uma vez, perdoe-me por ser assim,

é só o teu amor que reside em mim...

Apenas queira-me (ame-me!) como sou,

pois também não aprendi a viver sem o teu amor!

Yngrid Lopes Martins

02.08.10