CENTELHA
Já era tarde quando ouvi
E parecia coisa feita
E, ao barulho, estremeci
Vendo acesa, a centelha...
Pensei – de novo não...
A fumaça encobria
A visão (e eu já sabia),
Consumia ao meu redor
Toda a tralha proteção
É melhor sair lá fora
Não demora e desmorona
Novamente o coração
Mas foi tão bom
Que deixei mais um pouquinho
E o vento tão fresquinho foi virando furacão.
Foi partindo tudo ao meio
Fui entrando em prejuízo
Mas quem precisa de juízo
No calor de uma paixão?
Na coação de cobertores
Em seus braços, em volta, flores...
Foi embora, como veio
Na silente escuridão...
Já era cedo... quando eu vi.