SENTIDOS

Eu fui a canção que embalou seus sonhos,

quando seu sangue ainda borbulhava de amor,

eu fui, nas noites de frio, o seu cobertor,

seus risos, seus dengos, um amor sem tamanho.

Eu sou hoje o tempo passado, perdido,

sem metas, jogado na grama tal qual um lenço,

cujas marcas de lágrimas revelam quão imenso,

foi o amor que por você havia sentido.

Ausente como um segredo corrompido,

agora cada vez mais longe tu te encontras,

abriste o jogo, num pretexto vil, estúpido,

me deixou vazio olhando o mais profundo do nada,

num adeus travestido de tempo lançado à sorte,

deixaste expostos à morte os meus sentidos.

Joel A Silva
Enviado por Joel A Silva em 03/08/2010
Código do texto: T2415073