SENTIDOS
Eu fui a canção que embalou seus sonhos,
quando seu sangue ainda borbulhava de amor,
eu fui, nas noites de frio, o seu cobertor,
seus risos, seus dengos, um amor sem tamanho.
Eu sou hoje o tempo passado, perdido,
sem metas, jogado na grama tal qual um lenço,
cujas marcas de lágrimas revelam quão imenso,
foi o amor que por você havia sentido.
Ausente como um segredo corrompido,
agora cada vez mais longe tu te encontras,
abriste o jogo, num pretexto vil, estúpido,
me deixou vazio olhando o mais profundo do nada,
num adeus travestido de tempo lançado à sorte,
deixaste expostos à morte os meus sentidos.