Singela poesia
Ordem direta da vida
Singela poesia
Cheia de beleza
De voltas do saber
Hoje para ti
Resolvi minutar
Escrever
Relatar
Da certeza que tenho
De tão grande pessoa
Não poder comparar
Mas em versos pequenos
Com riquezas infindas
Tentarei te explicar.
És a norma culta que me rege
Inspirando-me na mais sublime ordem direta
Tomando minha alma
E preenchendo-a do mais puro prazer de viver
Em versos de afeição
Em versos de meiguice
O transobjetivo de suas palavras
Serve de ligação
Em qualquer situação
Conjugando o mais puro tempo verbal
Que concorda com tudo
Que concorda com o belo
Que concorda com o amor
És tão perfeita quanto um pretérito perfeito
Mais que perfeito!
Um presente contente
Um futuro seguro
Tens o beneplácito de inspirar meus romances
Que nem mesmo Guimarães Rosa
Com sutis concordâncias
Conseguiu expressar
Contém o bálsamo que exerce a função em meu “sê”
Tão acentuado quanto um espada cortante
É teu carinho
Por teus méritos foram propostos
Tanto no romantismo
Quanto no realismo
As mais nobres e excelentes mudanças
Às artes barrocas ofuscaste
Sendo obra perfeita
Jamais esculpida
Conjugais em ti o verbo do amor
Onde em nenhum tempo verbal
Igual
Jamais existiu
Concordas as mais belas mensagens
Onde os ofícios escritos
Remetem a corações contritos
Craseados frente ao paralelismo sintático que em nós existe
Sendo eu o agente passivo dessa relação de amor
De carinho
De afeto
Das palavras por ti proferidas
Escuta-se o belíssimo bom som
Em curtas frases
Em orações de carinho
E no processo mnemônico da vida
Esforço-me pra lembrar
De todos os momentos
De felicidade
De alegria
De bondade
Em que parafraseamos o bem
Para estarmos juntos
Como inseparáveis dígrafos
No único fonema
Nosso coração
Onde nos encontrarmos
Como consoantes amigas
Sem brigas
Sem intrigas
És a gramática que norteia minha vida
Querida!
És o alfabeto que trás brilho a minha existência
Dando razão a minha escrita
Transparecendo meu sentir
Reiterados pleonasmos
Sem vícios de linguagem
Não se cansam de expressar
Pois possui muita grandeza
Com vocábulos infindos
Não és tu facultativa em meu ser
Pois me fazes reviver
Sendo obrigação do vivido
Pois me trazes sentido
Com sua regra ortográfica
Que domina minha sina
Posso escrever os mais lindos poemas
Cheios de graça
Cheios de versos
Cheios de metáforas
És o homônimo de minha alma
Possui o poder de exercer a função principal de meu tudo
És responsável pela análise sintática perfeita
Que desvenda minhas orações
És o hífen inseparável
Que me prende a ti
És a introdução
És o meio e o fim
Da redação que me leva à conquista
Sendo tópico frasal insuperável
Presente a todo o momento
A melhor
Em gênero
Número
E pessoa
Inflexível!
Traz a suma viva tradução
Da bondade esculpida
Nos glossários
Dos livros jamais escritos ou vividos
E ainda que o barbarismo expresso
Que a cacofonia desenfreada
O terror vocálico manchado
Atravessar a briosa eufonia
Tu destróis o acentuado diferencial
Fazes com que tremas se extingam
Pois tens o poder
De fazer reviver
És a vírgula que me contém
O parágrafo que me separa
Os dois pontos de minhas histórias
O poema incomparável
Que inspira
Que liberta a alma
Que faz chorar
Minha querida!
És Minha vida!
Meu portal
Meu ponto final