Um filme qualquer
O que me faltava não me compõe mais
Me encheu de esperanças
Ao mesmo tempo que saiu dramatizando
Uma cena de uma história com fim.
E eu que pensava
Que poderia me apaixonar de novo
Me enfeiticei com um sorriso
Que só me garantia um momento de satisfação.
Meus olhos não foram capazes
De fazer brotar um sentimento qualquer
Naquele supérfluo coração
Que programou cada detalhe
Daquela noite que não me bastava mais.
Fui feita de objeto de desejo
Que abduzia a loucura de uma mente perversa e fútil
Que desmanchava o sonho criado em cena real
E se fazia história de uma simples noite de lua cheia.
Foi escrúpulo, mesquinho
A fugacidade de como falava de amor
Sem mesmo usar das palavras
Descrevia tal sublime sem comentários.
E eu me martirizava nos meus pensamentos
Tentando achar uma saída
Num beco escuro e frio
Onde cinzas se faziam
Diante do fogo da situação.
E não restou brasa
Pra quem não tinha acendido o fogo
Resta somente o peso de não ter tido a capacidade
De fazer valer uma se quer lembrança do meu olhar.
Uma vaga memória
Que te perturbaria pelo menos um segundo
Ao me rever na solidão.
Você faz bem pra minha mente
Mas maltrata o coração !