Lábios de ninar demônios

era um tempo

de folhas mortas,

suicidavam-se todas

desprendendo-se

das copas das árvores,

caiam

mesmo ao sopro mais brando...

e tais folhas

faziam do caminho

um tapete espesso e nostálgico,

do tipo que se estende

para dar honras

aos invernos infinitos

a minha tristeza é infinita...

meus sono

uma sentença melancólica,

sonhando todos os dias

sobre o tempo em que eu sorria,

cada vez que eu sentia

seus lábios ninando meus demônios,

e com os olhos que me aqueciam

do rigor desta fria estação.

Pallas Athenas
Enviado por Pallas Athenas em 02/08/2010
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