Lábios de ninar demônios
era um tempo
de folhas mortas,
suicidavam-se todas
desprendendo-se
das copas das árvores,
caiam
mesmo ao sopro mais brando...
e tais folhas
faziam do caminho
um tapete espesso e nostálgico,
do tipo que se estende
para dar honras
aos invernos infinitos
a minha tristeza é infinita...
meus sono
uma sentença melancólica,
sonhando todos os dias
sobre o tempo em que eu sorria,
cada vez que eu sentia
seus lábios ninando meus demônios,
e com os olhos que me aqueciam
do rigor desta fria estação.