SER ABISSAL

Beleza indômita no fundo do ser,

mascara ilusões que não ousa dizer,

só pede, na paz, para enfim se evadir,

e’em fluxos de manchas, na tela, existir.

Beleza sofrida, recôndita está,

tão bela’é ferida mais funda que há,

emerge do sonho e lança-se ao céu,

e cai sobre o pano, pintando esse véu.

O quadro recebe tal força de amor,

a tinta se espalha com arte e frescor,

mas quando percebe que o mundo se esvai,

retorna ao abismo, ess'alma que cai.

Nota do autor:

“Um ser que emerge do fundo de si mesmo, deixa sua marca de beleza na obra de arte e depois mergulha de volta ao seu abismo de origem.”

Roberto Armorizzi
Enviado por Roberto Armorizzi em 02/08/2010
Reeditado em 02/08/2010
Código do texto: T2413155
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