SAUDADE
Saudade
Sentir saudade é tão subjetivo e relativo
Como conjugar o verbo no Pretérito perfeito
Por isso não sei explicar esses sintomas que se movem em mim
Esses sintomas de “sentir por sentir”
Sentir essa saudade de você que eu nem ao menos conheci
Saudade do teu sorriso que nunca vi
Saudade de suas palavras imprevisíveis
Saudade de tentar te decifrar
De tentar tantas vezes sem sucesso te conquistar
E de sua presença recente e marcante
Saudade de se sentir feliz em horas vagas da madruga
Até saudades dos seus avisos prévios para eu não me apaixonar
Das nossas limitações, das nossas promessas anotadas
Em infinitas criações,
Das nossas gírias íntimas e sem significado gramatical
E como não se lembrar dessa nossa mania de falar “ né “
“Né “ que ninguém vai entender, “né “ que só a gente conhece o que é
Saudade que não permite te esquecer
Saudade que me torna tão dependente a te escrever
Saudade talvez tão exagerada quanto um pecado mortal
Saudade prova do que precisamos para saber
Que não é nada casual, nem carnal seria ir além falar que é espiritual
Como filmes de terror, ou simples medo de grilos verdes que não são grilos
Saudade de imaginar você fugindo daquelas borboletas que voam sobre teu quintal
Saudade sem limites, saudade que quero matar
Quando meus olhos encontrarem os teus
Quando seus lábios desejarem os meus
Saudade que quero matar
Quando a gente perceber que não da mais para ficar tão longe