= Bem-me-quer do amor =

Na planura do silêncio,

Vejo-te deitada

À sombra de uma árvore.

Nas mãos, uma branca margarida.

Acompanho o seu pensar baixinho...

Bem-me-quer... Mal-me-quer...

Bem-me-quer... Mal-me-quer...

A cada pétala arrancada.

Faço-me invisível.

Aproximo-me lentamente...

Bem-me-quer... Mal-me-quer...

Deslumbrado com aquela visão tão bela,

Meu coração e alma se alinham.

Torço ao olhar as pétalas

Que em seus seios vão caindo.

Bem-me-quer... Mal-me-quer...

Faltam apenas duas

Sei qual será o desfecho...

Apanho outra linda margarida.

Conto as pétalas.

Faço o cálculo,

Arranco uma pétala...

Agora sim!

Vai dar certo!

A penúltima pétala é arrancada

Bem-me-quer...

A última se abre em lágrimas

Mal-me-quer...

Chego de mansinho,

Enxugo as suas lágrimas e

Ofereço-lhe a outra flor.

Agora, em voz alta e esperançosa,

O questionamento recomeça...

Bem-me-quer... Mal-me-quer...

Ao lado, coração agitado, eu também faço coro.

Bem-me-quer... Mal-me-quer...

Penúltima pétala

Mal-me-quer...

Um sorriso vencedor brota

Bem-me-quer...

Enlaça-me o pescoço com carinho e

Beija-me a boca.

Um vento suave de alegria se atreve

e o cabelo dela desalinha.

Esta poesia foi postada em 08-01-2010

Tonho Tavares.

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 01/08/2010
Código do texto: T2411638