= Bem-me-quer do amor =
Na planura do silêncio,
Vejo-te deitada
À sombra de uma árvore.
Nas mãos, uma branca margarida.
Acompanho o seu pensar baixinho...
Bem-me-quer... Mal-me-quer...
Bem-me-quer... Mal-me-quer...
A cada pétala arrancada.
Faço-me invisível.
Aproximo-me lentamente...
Bem-me-quer... Mal-me-quer...
Deslumbrado com aquela visão tão bela,
Meu coração e alma se alinham.
Torço ao olhar as pétalas
Que em seus seios vão caindo.
Bem-me-quer... Mal-me-quer...
Faltam apenas duas
Sei qual será o desfecho...
Apanho outra linda margarida.
Conto as pétalas.
Faço o cálculo,
Arranco uma pétala...
Agora sim!
Vai dar certo!
A penúltima pétala é arrancada
Bem-me-quer...
A última se abre em lágrimas
Mal-me-quer...
Chego de mansinho,
Enxugo as suas lágrimas e
Ofereço-lhe a outra flor.
Agora, em voz alta e esperançosa,
O questionamento recomeça...
Bem-me-quer... Mal-me-quer...
Ao lado, coração agitado, eu também faço coro.
Bem-me-quer... Mal-me-quer...
Penúltima pétala
Mal-me-quer...
Um sorriso vencedor brota
Bem-me-quer...
Enlaça-me o pescoço com carinho e
Beija-me a boca.
Um vento suave de alegria se atreve
e o cabelo dela desalinha.
Esta poesia foi postada em 08-01-2010
Tonho Tavares.