Um grito por Manuela!
A soprano não cabia em si, e preenchia
O ouvido de quem não queria,
Era um canto só! – Eu, quero a Manuela!
Canto extremo de dor; penetrando por minha janela
Sai da letargia, deste meu dia; sem gloria ou querela,
E quis saber; quem és tu Manuela?
Quem é o arcanjo, que te impõe o nome retumbante!
Quem é esta tua amante, que suplicia n’um choro delirante!
Quem és tu Manuela, por que não ouves o grito dela
Por que não corres ao encontro deste amor
Por que permites este choro que me eriça o julgo
Quem és tu Manuela?!
Que no findar da tarde, entra por minha janela!