Deixa-me te-la em meus braços
Onde se escondes minha amada das noites serenas e estreladas
Que os véus ocultam de minhas vistas e escondem teu olhar?
Não te vejo entre as rosas do campo nem entre os lírios do serrado
Cujos aromas atraem-me e levam-me flutuando à tua procura.
Estende-me tuas lindas mãos que não alcanço agonizando
Querendo pegar-te ao colo para acariciar-te o rosto lindo,
Sopra-me teu aroma de mulher e o perfume ambar de tua pele
Mas não chego a ti, querida de meus sonhos, amada de meu coração.
Por onde andas? Por onde deixas teu perfume ao caminho?
Desejada de minha alma e rebelde de meu amor,
Vem para mim mulher de meus sonhos das noites intermináveis
Que o dia deixa prolongar em agonia de suplicas por ti.
Não me deixe em tormento de espera nem angústia solitária
Pois em minhas entranhas escondem-se as âncias do querer,
Os gritos sufocados pela dor de não te ter calam-se na boca
Que pede um beijo teu, amor e amada, querida e desejada.
Ah desejo imenso de olhar-te nos olhos e verter lágrimas de alegria
Ao invez de sangue doído das marcas deixadas por tuas mãos,
Vem para mim adorada entre todas, admirada dentre poucas
Que marca meu coração em brasa de fogo dos grilhões que acorrentam-me.
Quero-te mais que todo ar que respiro sufocado nos pulmões que suspiram
Ao ver-te passar dançando com o vento e cantando como pássaros,
Quero-te mais que todo o sangue que me corre nas veias pulsando
Pois és motivo de meu viver, razão do meu querer, sentido do meu existir.
Vem para mim, querida de meus olhos que não enxergam mais nada
Só á ti, princesa de meu reino sem súditos, alteza para meu trono,
Chega-te às minhas mãos que suplicam as carícias em tuas mexas
E de-me um sorriso mesmo que último e olhes mais uma vez para estes olhos que te seguem pelo infinito.