Poema 0813 – Filha-mãe
Filha-mãe, alento nas palavras,
nunca ásperas, nunca o silêncio,
nasceu bem depois e trouxe amor,
volta os dias, as noites, todas as atenções,
em teus braços frágeis, dá abrigo.
Filha-mãe, amor que protege o amor,
que fica ao redor sem apertar,
aperta sem sufocar,
desperta a fome de vida, sacia a saudade,
ama sem preconceito e se entrega.
Filha-mãe, amor sem medidas, sem mentiras,
corpo franzino e esguio,
tão pequena e tão forte, não como um deus qualquer,
uma lua que surgiu no meio do meu céu,
o cuidado com alma de anjo e rosto de filha.
Filha-mãe, quantas vezes fui somente pai,
hoje me vejo noutro lado do coração,
recebo amor, não o que dei, infinitamente diferente,
sem medos, sem cobranças, sem censuras,
como não acreditar e aceitar o amor de filha-mãe.
15/09/2006