O MEU PRIMEIRO AMOR

O amor da minha vida,

Há quanto tempo está perdido...

Já me foge da imaginação.

Foi o amor primeiro, doce enlevo

Pureza, ingenuidade e novas emoções.

Já se faz muito tempo, que assim passou.

A novidade do primeiro aperto de mão,

O primeiro beijo meio sem jeito,

Aquele vazio, que hoje sei: chama-se saudade,

Isto eu sentia muito. O pensamento era somente dela.

As ruas, as esquinas, o banco da praçinha, aonde a esperava,

E quase morria nesta espera, até vê-la aproximar-se.

Um dia sem vê-la era um transtorno, pensava

Que ela tinha se ido, que tudo acabara,

Que não a veria jamais... Tanta era a ansiedade,

Tanto era o amor adolescente, que fazia de tudo

Uma miragem, um sonhar.

O primeiro amor da minha vida,

Perdeu-se no tempo. E passaram-se tantos anos

Que até seu rosto é difícil recordar-me.

O primeiro amor da minha vida,

Que me sufocava apenas em vê-la, que transpirava ao tocá-la,

Que quase desfalecia ao beijá-la, ou chamá-la de meu amor.

Tantos anos se passaram, nossas vidas desencontram,

E hoje, aquele imenso amor, toca-me no peito vez em quando,

Apenas por tocar-me, sem sentimento causar-me,

É tão somente uma sombra, uma sensação.

O primeiro amor da minha vida, meu amor primeiro,

Ficou há tanto tempo, tanto tempo atrás,

Tão longe, tão distante, que ao lembrar-me,

Já nem me lembro mais!