RECANTO DA PAZ

Enquanto o tempo passa velozmente contagiante

o sol mergulha o mundo numa trégua por um instante; então aquece a pele enquanto o vento passa uivante,

a chuva deita e lava o choro amargo à tez do infante!

No céu do horizonte a escuridão recrudescente

o sonho arregalado alimentava o coração;

a madrugada surda surpreendente, decrescente

trazia ao dia as lágrimas do ocaso, e da paixão.

O amor querendo impôr-se foi soprando o vento uivante

a luz – clarão do dia fez do sonho fantasia;

o infante recobrou no fim da tarde seu decante

em regozijo mostra, atento ao tempo seu semblante,

ardendo no calor, o peito cheio de alegria,

o apaixonado, amado, brande a paz no seu recanto.

Zecar
Enviado por Zecar em 12/06/2005
Reeditado em 15/06/2016
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