Velejar

Meu cérebro pede arrego

Não há margens serenas

Nem mares de sossego

Pra lançar-me às caravelas

Na solidão do infinito

O céu leve, negro, bonito!

Estrelas distantes como as vejo

O vinho recorda-me teu beijo

O arrebol de cores no amanhecer

Repetir-se vai ao entardecer

Como o avesso de nosso sentir

Esperando tudo o que há de vir...

O tempo congelado como cristais

Estamos feito imãs juntos por pólos iguais

Tão próximos em alma e separados em corpo

Caravelas ao mar revoltoso afastadas do porto

Estico a coluna cervical

Estalos de conforto desigual

Ao que se passa ao emocional

Desigualdade desleal!

Não tenho culpa dos teus grilos

E atravesso os seus planos

Pra soprar no teu ouvido

Um assombroso:”eu te amo!”

No mar da vida, velejo ao além do mais além!

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 28/07/2010
Código do texto: T2405442
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