Amor Dissonante
Vejo teu rosto, pelos caminhos onde passo
São lembranças do tempo que juntos estivemos
Sinto o cheiro, o perfume, o abraço
São devaneios imersos em pensamentos
Suaves lembranças colhidas no jardim da vida
Tênues, mas fortes que resistem as tempestades
Recordações de uma pessoa tão querida
Que me vêem a mente independente de vontades
Laços feitos, desfeitos, desatados
Por acontecimentos e sentimentos não correspondidos
Efêmeros, fugazes, destroçados
Por algo que chegou sequer a ser vivido
Mas o amor tem caminhos dissonantes
E por vezes nos conduz a encruzilhadas
Não vou chorar as minhas mágoas consoantes
Se posso escolher as minhas vogais de risadas
Outra chance, outro destino, oportunidade
Não sei o que me reserva o meu futuro
Porém tenho hoje mais capacidade
E me tornei com o tempo mais maduro
Aprendi que não constrói sobre a fumaça
Aprendi que não se prende o amor
E que por mais que nos esforcemos entender
Só chega a felicidade quem se dispõe a passar pela dor.
Poema em homenagem a pessoas muito queridas em minha vida: Naiele Bezzera, Kemilly Schuwanz, Aline e Thassia Hammer, Kiria Garcia e Cristiane Vieira
Itarana, 27 de julho de 2010.