Poema 0809 - Saudade

Debrucei a sombra na saudade daquela voz,

não lembro meu nome, sei o seu,

corri meus olhos atrás do sol,

perguntei a lua, ninguém mais te viu.

Hoje espero de pé numa varanda vazia,

passam as horas e não sinto,

volto a sonhar acordado,

não tenho nada de meu, levou de mim.

Deixa um bilhete no portão da sua casa,

ao menos um recado escrito na parede de cal,

risca forte a parte que diz ''te amo'',

não quero perder uma letra deste querer.

Tenho seu perfume em algum lugar,

pelo menos sinto seu cheiro, o gosto na boca,

do beijo, sinto também o doce da saliva,

o desejo de ir além do corpo, até a alma.

Volto às tardes, volto antes do amanhecer,

volto às noites e até as madrugadas,

e nada, em nada tem você, há não ser aqui,

neste meu jeito confuso de te amar.

13/09/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 13/09/2006
Código do texto: T239532
Classificação de conteúdo: seguro