Memórias de minha amante

Enquanto descia as escadas rolantes

Afrouxando a gravata das obrigações,

Você subia triunfante

Feito a Virgem em noites de procissões,

E quando nossos olhos se cruzaram

Cruzaram-se todos os sentidos de minha existência,

E a contemplação que se deu no lugar

Sujeitou ruidosas vozes à profunda reverência ,

Assisti em seus olhos sedutores

As venturas que ainda teria revelando o seu corpo,

Questionei meus antigos amores

E desejei o sabor destes Morangos Adúlteros,

Seu olhar provocou fagulhas

Num paiol de pólvoras,

Emblemático,

Fez do breve instante eternas horas,

Retirei então a mascara risonha

Que ocultava a minha alma em ruínas,

E caminhei para o mar negro de teus olhos

Rezando serem meus um dia.

Pallas Athenas
Enviado por Pallas Athenas em 23/07/2010
Código do texto: T2395211