a frigideira e o vinho

de uma maneira discreta

disse que eu não tenho meta

e que não sabe se acerta,

mas que jamais fui poeta

rock rolando no rádio

lavava a frigideira

meio aberta a torneira

pra a água não desperdiçar

abro a garrafa de vinho

penso em sair de fininho

mas vejo outro caminho

peço pra ela provar

ela aceita a saída

mas não se dá por vencida

diz que o que entendo de vida

é irrisório e pueril

pego o pano de prato

junto com o guardanapo

pra frigideira e o vinho

ela requer atenção

fala que sou engraçado

vejo que deu resultado

e ela, me olhando de lado,

me dá um beijo na mão

a poesia tem disso

tem uns que escrevem somente

outros, bem mais exigentes,

até superam os poetas...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 23/07/2010
Código do texto: T2394259
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