Noite fria
Noite Fria
Fria noite de horas púrpuras
Cambaleantes horas sonolentas
E um rasgo de evidências
Denuncia o clima vindo
Ventos gélidos, meninos
Pelos campos, redemoinhos
Comendo os direitos dos tempos
Nas esquerdas solidões
Um silêncio é quebrado
Cacos de vidro lançados
Escorrega no asfalto
Louca vida esmiuçada
Arvores voadoras
Decoram o azul que acinzenta
E telhas assim, cor magenta
Declamam liberdades pelo ar
Noite fria, enclausurada
Na cadência torta da estrada
Um tufão de emoções
Clima solido, petrifica
Pedrinhas de diamantes pelo chão
E da janela quebrada
Vê-se a caminhar pela estrada
Antigas atitudes neurais
Enquanto se aquece as matas
Com labaredas insanas
Gela-se o futuro
Congelando assim,
A alma da terra
E o homem nu esbraveja
A pele que doe no olho de mais um
Inverno d’alma.
Márcia Poesia de Sá