Cupido


Encarapitado numa árvore, florida e copada
Finge dormir um garoto cheio de artimanhas.
Um olho fechado, o outro sempre vigilante
Em busca dos corações desavisados.
Seu prazer consiste em provocar o ardor
Com a magia do veneno doce e inclemente
Mescla de dor e ternura exaltada.


Todo aquele que for atingido por sua sanha
Tudo entenderá ou quedará, inocente
Como indefeso recém nascido.
Ninguém escapa à sua flecha enfeitiçada
Ou fica imune ao seu riso de alegria
Que menino atrevido é o amor!


-Helena Frontini-