VENEZA – É ASSIM QUE EU TE AMO
Minha ilustrada e aguerrida afeição bela,
Não, não haverá outro jeito dignificante,
Superando o calor dos beijos em novela,
Por isso, levar-te-ei ao nordeste da Itália,
Onde o esmero amoroso é somente dela,
Do sorriso em diminutos em canais: é ela,
É Veneza das lagunas apaixonadas é bela,
Uma cinderela com uma flor tão amarela,
Das vielas estreitas terás a minha tutela,
Amando-te na tabela dos sonhos nivelas.
Eu quero apenas mostrar o meu presente,
Neste repente ascendente é clarividente,
Toda a afeição mergulhada em teus lagos,
Afortunado de biografias que encantam,
As roupagens coloridas vestindo os olhos,
Cantando o mesmo refrão que eu te amo,
Sem hora marcada na mistura dos versos,
Com rima sem rima para poder te amar,
E sem medida da mais altiva miscelânea,
Em que posso meditar e passear no amor.
Abastecendo com carícias a minha musa,
Que ver a majestosa Veneza com beleza,
Fruto da ebulição norteada que me cruza,
Me usa sem recusa tirando ela a sua blusa,
Em plena comuna da misteriosa Veneza,
É simpatia nas alegrias que me contagia,
Dentro do teu arquipélago de sentimentos,
Sou o teu doge e tu a minha real dogesa,
De todo o meu noroeste do Mar Adriático,
Abraço-te quão a melhor fêmea da Europa.
E com as mãos leves em todos os passos,
Cingidas pelas eras que me atravancam,
Sinto a vivacidade bater no teu coração,
De frente a real Basílica de São Marcos,
Tão centrada na Praça do mesmo nome,
Meu amor! Elevo nas alturas desse barco,
As traçadas suaves por todos os canais,
No rumo da travessia desse cálice de afeto,
É correto, reto e completo sempre te amar,
Ó musa! Tu nasceste encantada pra mim.
Eis-me aqui na minha sonhada República,
Ladeado com a musa de cabelos adriáticos,
Pompa gigantesca no mar ela é pitoresca,
É guardiã deleitosa, rosa e toda amorosa,
Faz-me bem casar com ela, uma donzela,
Que me zela rodeando de carinhos por ela,
Da arquitetura gótica é retrato mosaico,
Desfilando nos abrolhos de quem visita,
Entre a Pala D’Or é o teu maior tesouro,
D’ ouro e das pedras galantes no retábulo.
Ó meu amor! Tu vejas a exótica catedral,
Com paredões de mosaicos estendidos,
É a maior frontaria de toda a gran Europa,
É ali onde dorme o corpo de São Marcos,
Padroeiro divino das lagoas de Veneza,
Com os pombos brancos revoando o céu,
Marcam a paz pela Praça de São Marcos,
Enaltecendo com lucidez que é Veneza,
O único empíreo do silencio das águas,
No entretom esverdeado do mar Adriático.
Amor! Segure bem firme as minhas mãos,
Ó! Concluas com as tuas meras pupilas,
A grandeza estelar do meu encantamento,
Sorrias no leito das camadas desse véu,
Extremando no laço dos meus caprichos,
Desejando o bem líquido dessa amizade,
Declarada nos lenços sem qualquer desate,
Exara em atribuir a minha eterna gratidão
Passada nas linhas acionadas do teu cerne,
Não recuso a acatar a tua cordial amizade.
Julgo observar a reflexão desses instantes,
Tão aventada no vento que sai dos canais,
É vida que não passa, é sorte em sonhar,
Talvez outra vez no berço desse teu apego,
Anexando o teu corpo em nota do meu,
E vai procedendo ao tempo e longo prazo,
É suficiente para amar e aprouver seguro,
Que eu te amo até morrer de tanto amor,
O leve balançar da gôndola sem barulho,
Concedendo a nossa eterna e meiga união.
Atravessaremos centenas de tantas pontes,
Entre ruas e ruelas que me cobrem a visão,
Tu enxergas o Pallazo Ducale chispante?
Era ali a insígnia do governo de Veneza,
É maestria no central destes panoramas,
E são razões de decidir, e eu te proponho!
Vamos nos perder entre tantas alegorias?
Da Ponte Rialto e absorver as suas belezas,
Decorando em passos mágicos melodias,
Enfeitando a matiz do meu querer e ter?
Amor! É aqui o melhor lugar do mundo,
Não há nem automóveis e nem fumaças,
Agora, eu acolho e acredito nos sonhos,
Em formosuras talhas e curvas do corpo,
Envenenando mais e mais a minha alma,
Na predição do além que logo, logo vem,
E se se realiza no tríduo da devida paixão,
Mornando a combinação das tuas adições,
Afere-me as loucuras em possuir as luzes,
Que despejam em tua face alegre em riso.
Amor! Na direita é a Ponte dos Suspiros,
Reinante das águas da trilha condenatória,
No vestido das folhagens dos pretéritos,
Calando os espíritos navegantes das eras,
Repouso das locuções mais deprimidas,
Lágrimas que tombavam no verde-mar,
Sem agradar a vida dos homens presos,
Andaremos no percurso que era secreto,
Pela miúda ponte lendária da travessia,
Que outrora lagrimou pingos sem alegria.
Sinto a melancolia desprezar os choros,
No pendão do Palácio Ducal a covardia,
E enxergar num estampido o mar e céu,
Num minuto marcante de sofrimentos,
É respirar na agonia operante da miséria,
Pela embocadura estreita ao fim da vida,
Penando o espírito nos segundos além,
Do clandestino das marés em masmorras,
Amargo boldrié no par da consternação.
Ligação agourenta entre dois edifícios,
Na ladainha da misericórdia das estações,
Sofreável na maldita e derradeira hora,
Ali repassava os pombos da cor branca,
Avistando os míseros homens à morte,
Ó Ponte dos Suspiros! Ó assombração!
Ruína da destruição da vida histórica,
Revivida por quem conhece os rumos,
Balizados nos quadrantes da inquisição,
Roupagem dos requintes de crueldades.
Amor! Subscrevo também os desgostos,
Não só o divertimento que vive o coração,
Há correntes que prendem e atam sem dó,
Risos insinuantes que variam em frações,
E sacolejam o húmus paladino errante,
Choramingando em pingos de coruscas,
A história debalde daqueles humildes,
Soterrados e afogados pelas amplas marés,
Era ali na Ponte dos Suspiros o alívio,
Do céu e a terra a advir ao fim da visão.
Num jasmim flexível com cheiro de amor,
Agraciador desse laudável cupido é a flor,
Aguerrida dos tempos que me faz amador,
É a prova maior quanto te vejo mais bela,
Sem trela na minha viela busco um ardor,
Da física dos fortes abraços entrelaçados,
Comungando quimicamente com fervor,
É chama ardente e prudente do teu amor,
Que avança com trança nas tuas ânsias,
Debitando o calor ofegante e namorador.
E assim é Veneza, uma eternidade no ar,
Debitando o calor ofegante e namorador,
Acirrando a mais bonita cidade do mundo,
Entre palácios e edifícios içados no mar,
Ruas de águas e bairros como uma ilha,
Mercadores, comércio, guerras e amor,
Fizeram da Veneza um porto com alvor,
Delineando nas embarcações as águas,
Alçando prédios sob o líquido da vivência,
Fez Napoleão Bonaparte a sua conquista.
Saiba meu bem, eu quero muito propor,
A cabal delícia carinhosa e mais branda,
Que flameja na superfície dos teus seios,
Com os meus anseios, faço deles a banda,
Auferível no bom gosto dos nossos meios
De onde antevejo a tua lindeza cintilar,
Aprazando o gozo interminável de dar,
Mais canduras ao teu doge pra arrebatar,
Na silhueta que transforma flores no mar,
Do Mestre em Veneza é o Mediterrâneo.
Ouça-me com destreza e certeza, princesa!
Não haverá nenhum lorde com presteza,
Riqueza ou proeza maior que o teu doge,
Amador e desejador do teu único calor,
Ainda não nasceu outro melhor do qu’eu,
Para elevar o teu corpo nas plenitudes,
E tão pouco o faça melhor que o teu doge,
Da cidade mais bela e famosa do mundo,
Veneza é presteza com certeza, é Veneza
Rainha só minha para afirmar a delicadeza.
Venha amor! A nossa gôndola flutua,
É toda a tua majestade de finos tratos,
Pelo Grande Canal é a maior via aquática,
Cortando a cidade briosa e majestosa,
Que fica airosa com o teu beijo ardente,
Sinto as mil fagulhas desse sentimento,
Num comboio de barcos na minha frente,
Gôndola. Eis aí a nossa real embarcação,
Nas vias de assomo falo minha adoração,
Das manobras e velocidades é pacífico.
Ouves do alto da torre o sino soar macio,
Da Basílica de São Marcos é regozijo,
Girando, girando o cata-vento dourado,
Lá de cima eu posso observar e me calar,
É o nosso guerreiro arcanjo São Gabriel,
Afortunando o meu e o teu tenro cupido,
Eu respiro fundo e não me falta o fôlego,
Para apreciar a mais doce cidade – Veneza,
E trago aos brindes desta oferta o carinho,
Medalha honrosa que semeia nos seios.
Meu amorzinho! Meu grande amor é só teu,
Venha! Vamos pular no carnaval juntinho,
Com máscaras tudo é festa e nesta dança,
Vou levar a tua alma para dentro de mim,
Pulando nos trajes seculares, Veneza é assim,
Uma ligação agourenta entre dois edifícios,
Na ladainha da música que faz muito som,
E eu quero mais é ter a tua alma colada,
Atada e pregada neste nosso romantismo,
Feito de tanto amor entre eu e tu, é Veneza.
Mi amiga
Faina VegaEl 24 de julio de 2010 a las 19:34