No céu, tua última morada
Nuvens dançam ao som de trombetas,
Enfileirando-se curvadas.
Cúes! Onde estás? Ver ter com tua amada!
Em seu bailar inúmeras piruetas,
Desfazem-se no ar, pétalas espalhadas.
Céus! Onde estás? Alma amada?
Os crescentes do ritmo predominam,
Enlevando os gestos desenhando.
Céus! Onde estás? Alma alada?
Nos intervalos da bela harmonia,
Espetáculo tão belo, meus olhos ainda não viram.
Céus! Onde estás? Minha alma encantada?
Nuvens de inúmeras formas bailam docemente,
Ao som de harpas, ao canto do amor livremente.
Céus! Onde estás? Vem ter com tua amada!
Imagino-te levemente, entre as nuvens celestiais,
Cantando com os anjos, nos espaços divinais.
Céus! Onde estás? Alma amada?
Misturo-me aos leves gases transparentes,
Envolvo-me entre estes seres diferentes.
Céus! Onde estás? Alma alada?
Os raios luminosos do sol beijam as nuvens,
Iluminando entes, entre alguns ressurges.
Céus! Onde estás? Minha alma encantada?
Se um dia cansado, de entre elas estar,
Volte com alegria amado, estou a te esperar.
Céus! Onde estás? Em tua nova morada?
Entre as nuvens, sei que tua bela amante,
Esconde tímida o sorriso brilhante.
No céu onde estás, será a lua tua namorada?
Ou a noite misteriosa coberta de diamantes,
Brilhando na escuridão dominante
Com um beijo sugou tua alma, aprisionada?
Entre as nuvens ao som de trombetas,
Passeias entre os astros, vejo-te em um cometa.
Céus! Onde estás? Em tua nova morada?
Ultrapassastes todas as idéias,além no infinito,
Palavras não expressam sagrados mitos.
No céu onde estás a brilhar em tua última morada.