POEMA VIRTUAL

Peixe grelhado, pudim de ameixa

Eu arrumo a mesa

Você, lava a louça

Hoje eu quero viver tudo

Porque nunca mais

Eu viverei hoje

Nem verei você

Penso em Clara

Nesse pensamento, amo você

(No chão da cozinha)

E digo versos, que escrevi pra ela

Celebro, este amor, com tanta clareza

Que talvez o hoje desista de ir

E o amanhã nunca chegue

Nem traga Clara

Sem saber, escrevi um poema

Enquanto você fazia a janta

Poderia dizer que é pra você

Mas foi pra ela

Outra vez

Amanhã

(Se amanhã existir)

Quando Clara voltar

Você não existiu

Hoje, não existiu

Este poema não existe

Apenas Clara existe

Ah, a poesia também!

S. Paulo, 12/09/1997

cordeiro1110@gmail.com

CORDEIRO de ITIÚBA
Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 18/07/2010
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