Formas disléxicas de afecto…
Beija-me
Deixa passar o tempo
Deixa passar a dor
Ama-me nas minhas tão diferentes
Idiossincrasias
Deixa passar o tempo
Ama o que sou
Deixa passar o tempo
Beija-me
Com todo o amor…
Finge
Que me conheces
Nos meus silêncios
No lado genético
Que com toda a clarividência
Eu não consigo
Nem nunca conseguirei mostrar
Porque se souberes ver através dele
Saberás
E sentirás
O imenso
Que tenho para te dar…
Fecha os olhos
E imagina o impossível
Imagina
Que por detrás do meu lado genético
Eu sou igual a ti
Porque
Há amores
Que devem ser assim…
Vê
Com os teus belos olhos
Que nem sou bonito
Nem mais nada
Que te possa interessar
Tenho apenas
Uma verdade
Um mundo
Sem zonas obscuras
Para te mostrar
Um mundo
Com a inocência
De uma criança
Que o que mais gosta na vida
É de sonhar…
Compreende
O que mais ninguém entende
E tenta olhar para a minha interioridade
Compreende
Que tanto posso estar contigo num minuto
Como devo desaparecer
Durante meses
Para poder respirar
Apesar do meu amor inquestionável
Que o amor que sinto
Que é impossível
Pelo que eu sou
É uma forma
Pura
Impoluta
Bela
De te dar
A minha
Disléxica
E eterna
Amizade…