Vento poesia

É mentirosa a guarida do medo.

Dolorosa é a ferida aberta em ti!

Guardas-me no peito em segredo,

porque sem efeito me fizeste partir.

Sentes-te expatriada

sem pôr do sol, sem rouxinol,

sem tua amada.

Ainda assim

tens a dor aliviada.

Agora dormes o sono

dos que iludem a si mesmo.

Sonhas-te a caminhar

falta-te o ar - andas a esmo...

E eu que afinal – nada queria

Em tempos risonhos, tudo quis!

Hoje sonho-te vento poesia

a envolver-me em um sonho feliz!