Caminhando e a descrevendo
Enquanto eu caminhava pelo bairro da minha vida
Reparando as ruas estreitas de pisos ladrilhados
Observava ao alto um céu com lua esculpida
Sobre um azul intenso e escuro, mas disfarçado.
Aos lados percebi o império de frondosas árvores
Que ali se tronificam com o passar dos tempos
Da minha infância à minha velhice precoce
Que escondo nos gestos e nos sentimentos
É nestes momentos que a vós digo: Que vivo e quero viver!
Além dos anos provando do mais puro amor
História a dois, romance, novela “best seller”
Porém não um conto, todavia uma crônica de desejo e sabor
Sei que pode ser talvez enfadonho a vós relatar todos os fatos
Deste período de límpida e perene felicidade
Que com vós compartilho nestes versos e relatos
Podem ser muitas frases, mas são frases repletas de fidelidade
A um amor, a uma emoção, a que tanto me devoto
É uma ação, uma emulsão, involuntária que domina
Todos os cantões deste coração misterioso e que esgoto
Nos momentos em que me lembro dela em lascívia
Ela é bela! – Acreditem! É música, é minha valsa!
Me embala para frente e sempre em frente
Me faz melhor, mais jovem, mais bonito, pois me realça
Ela é uma luz que se expande nos meus olhos e que me prende
As suas formas indescritíveis de um ser onipotente
Ela é a estrela pela qual me guio neste oceano do dia-a-dia
Tem uma cartografia que me faz navegar seguro, contente!
Despertando em mim a trova em ritmo, a nostalgia
Planejo! – Vos falo, o seu sorriso, na alvorada e no arrebol
Empreendo loucuras e lhe dou oferendas
Como os egípcios em nome de Rá, o Deus Sol
Faço de tudo e do possível aos limites de um homem que ama
Reitero, então, nestas vestes de andarilho, que quero:
Amar mais do que posso, além do horizonte recamado
Quem sabe no último sussurro de preces para ela, meu clero
Da Igreja que é ela, do meu sublime amor, destaco!
Acervo
Rogério W. Guasti
25/11/05