A "i" ou a "e"?

Nunca produzi tanto

Assim como eu amei.

As mágoas e os espantos

Me levaram a torcer.

Torci pelo amor.

Torci pela fada madrinha.

Torci pelo teu beijo.

Torci pra ter torcida.

Hoje — grito —, eu tenho o mundo.

Eu vivo e sonho em pleno escuro,

Mas eu te espero e durmo esperto,

Pois, em meu peito, eu te carrego.

Não faço mais perguntas

Porque o mundo é uma dúvida

Entre o certo e o correto.

Entre físico e concreto.

Não importa o que eu escrevo,

Se é com "i" ou se é com "e";

Não me importo com receios

Que me levam a você.

Torci pela paixão.

Torci pela saudade.

Torci pelo teu beijo.

Torci pra ser cidade.

Oras, meu docinho,

Eu sou uma cidade:

Eu tenho meus caminhos,

Eu tenho a minha imagem.

Tenho riscas e passados

E, de alguns, eu faço quadros.

Tenho letras e esquemas

E trincheiras e poemas.

Do meu nada, sou miragem.

Sou feliz e tenho tudo,

Pois eu velo pela arte

E sou a "luz do céu profundo".

A-E-I-O-U

Frio do gelo e mar azul

A-I-U-O-E

Posso perder, mas nunca morrer

A-O-U-E-I

Abro meus olhos pra te ver sorrir

A-I-U-E-O

Respiro por ti e sinto o amor

O-I-U-E-A

Sonho contigo e contigo eu quero — pra todo o sempre — acordar.

"Anyway" é o que quero

"Anyway" é o que sei

Torço e crio com esmero.

Escrevo e faço o que serei.

Caio Trova
Enviado por Caio Trova em 17/07/2010
Código do texto: T2382752
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