NOITE DE INVERNO
Lá fora, há geada; a grama se cristaliza.
É hora de chegar-se à lareira,
que, à dança das chamas, clareia e aquece.
Aqui, junto à lenha candente,
sopram ares fantasiosos das demais estações.
O tempo transcorre quase que imperceptível,
entretenido por uma boa leitura, por leves traços na tela,
ou pelas notas compostas no teclado amigo.
A dois, o instante sugere uma taça de vinho,
um cafezinho esperto e o compartilhado chimarrão,
para embalar pensamentos em desvanecimento.
Abrem-se sorrisos; sentem-se abraços ternos, ...
Ao estalido das brasas, ecoam suaves encantos.
E o termômetro registra o rito hibernal
no calor da coreografia do amor.