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Ensina-me A Não Te Querer

Ensina-me a não recordar de nossos intensos devaneios que outrora remeteu-me a um penar mais ameno;

Ensina-me a não vislumbrar a candura afável e singela que suavemente brota do teu singular ser,resquícios de minha mais escondida e perdida felicidade;

Ensina-me a não anseiar tantos outros breves momentos aplacadores de minhas mal curadas chagas infectas e intactas;

Ensina-me a não imaginar teu inebriante cheiro, odor de fêmea desejosa de estar incondicionalmente e prazerosamente em colos meus;

Ensina-me a não questionar os tantos desassossegos que hoje permeiam meus pensares insaciáveis dos distantes olhos teus;

Ensina-me a viver e sobreviver longinquamente do teu corpo junto ao meu, do atrito de tua pele em suor meu e de tua mente que meu peito não esqueceu;

Ensina-me,ensina-me,ensina-me,e assim, lecionando desta odiosa forma, ensina-me a não te querer.



 
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 16/07/2010
Reeditado em 06/10/2013
Código do texto: T2381176
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