Entre medos e angústias eu enxergo você

Pois nunca entendi por que da vida tão pouco se leva

Por que para entender o que não faz sentido tanto tempo se gasta

Por que para comprovar algo duvidoso tão pouco tempo se dispõe

Pois ignorávamos o que havia de belo para viver em prol do não eterno

Eu quero a beleza da contradição

Quer tocar de volta na sua mão e perguntar se deseja

Por mais uma vez comigo passar para ver o sol nascer

E no fim do dia morrer só uma vez mais

Para que de toda diversão que possuo

E entre tantos medos que tenho

Eu veja você

Quero me perder uma vez mais entre teus cílios

E dizer que mesmo perto tu não me vês

Quero me esconder debaixo de tua unha

E me sentir como lixo, dejeto, mas sempre preso em ti

Por que por tão pouco tempo te analisaram

Pois tão pouco tempo tenho para entender-te

Por que se vejo nossa a vida como a moral do senhor escravo

Quero de fora a quimera metafísica que inventou o amor

Mas entre tanto medo e angústia eu enxergo você

E toda a tristeza que antes me deixava ali, sozinho e absorto

Agora era também parte de mim e natural como coisa em si

E talvez também fosse parte de ti

E mais minha alegria crescia por ver que parte de mim estava em ti

Nós éramos um

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 16/07/2010
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