Entre medos e angústias eu enxergo você
Pois nunca entendi por que da vida tão pouco se leva
Por que para entender o que não faz sentido tanto tempo se gasta
Por que para comprovar algo duvidoso tão pouco tempo se dispõe
Pois ignorávamos o que havia de belo para viver em prol do não eterno
Eu quero a beleza da contradição
Quer tocar de volta na sua mão e perguntar se deseja
Por mais uma vez comigo passar para ver o sol nascer
E no fim do dia morrer só uma vez mais
Para que de toda diversão que possuo
E entre tantos medos que tenho
Eu veja você
Quero me perder uma vez mais entre teus cílios
E dizer que mesmo perto tu não me vês
Quero me esconder debaixo de tua unha
E me sentir como lixo, dejeto, mas sempre preso em ti
Por que por tão pouco tempo te analisaram
Pois tão pouco tempo tenho para entender-te
Por que se vejo nossa a vida como a moral do senhor escravo
Quero de fora a quimera metafísica que inventou o amor
Mas entre tanto medo e angústia eu enxergo você
E toda a tristeza que antes me deixava ali, sozinho e absorto
Agora era também parte de mim e natural como coisa em si
E talvez também fosse parte de ti
E mais minha alegria crescia por ver que parte de mim estava em ti
Nós éramos um