Valentin-le-dèsossè

Nem humano, nem normal,

Meio sombra, com linhas essenciais,

E ao fundo, La goulue,

Estica as pernas, duvidosa,

Sem que saibam ao certo,

Se aquilo irá chegar em algum lugar.

As luzes ao fundo, e a gente-sombra,

Observam um espetáculo triste,

Ao som do can-can e do tilintar das taças.

Ela estaria todas as noites no Moulin Rouge.

Ele, nem humano nem normal,

Sem que se saiba ao certo o que sentiu,

Se contorceu e dançou, perdido,

Como quem assistia,

Também perdido.

O som , as cores e a dança,

São apenas um entreato,

Entre o nascimento e a morte.