NAMORADOS

Sob o claro dos raios da lua

Há mãos que afagam mãos,

Olhos contemplam o mar,

Bocas conjugam o verbo amar.

Sussurros, risos, juras e desejos,

Beijos estalam como brasas.

O céu se abre em estrelas

Para deleite dos apaixonados

Quentes pelo sol do amor

Que ilumina os seus dias.

Olham a vida através do coração

Como uma flor através da vidraça.

Os relógios são sem ponteiros,

Por que contar o tempo?

Que se façam eternas as madrugadas,

E a última estrela fique no firmamento

Tremeluzindo enquanto num abraço,

As mãos ficam úmidas, perdidas,

Percorrendo os corpos sem receio.

A paixão cresce como se fosse

A apoteose do bolero de Ravel,

E as almas brilham em êxtase

Como pirilampos num jardim

Na noite do Dia dos Namorados.

10/06/05.