DEUSA CAMPÔNIA
Deidifiquei teu amor em minha loucura.
Os ventos do sul abrem o campo de trigo
E um pouco se perde do que estava secreto.
Plantei na minha alma a eterna despedida
Porque nunca parti e nunca fiquei,
Seu amor me volta como tempo de arar a terra
E plantar novas sementes em um campo renovado.
Assim te fiz deusa camponesa
A cuidar das chuvas de inverno
E a soprar os ramos que revelam o esconderijo
Aonde eu guardo um coração amargo e triste
Feito erva daninha num campo tão belo.
Quando o tempo da colheita chegar
E os pássaros satisfeitos voarem
Ficará meu coração por terra
A espera de novas folhagens.