Despedida.

Despeço-me agora,

Numa confusão de palavras e lembranças...

Palavras que não direi, lembranças que abandonarei.

Antes que o sol se ponha a descansar,

Antes que a noite volte mais uma vez.

Afinal o nosso amor, ou o meu amor, não se fez.

Não se fez completo, nem tampouco repleto de sorrisos e beijos.

Ele não tornou - se...

Tornando-nos cúmplices dos dias e do silêncio da noite.

Tornando-nos presentes em lugares.

Verdes, com mares, que o vento nos cumprimentaria na sua breve passagem.

Se não fui, não fomos.

Logo, não sou e nem somos.

Para que dar- te um trono e sentar- me ao teu lado?

Para que lembrar-te sempre?...

Melhor apagar-te, já que o tempo continua passando

Com todo o seu mistério e magia de fazer e desfazer.

... Não existe um quê.

Despeço-me agora sem palavras de poesia.

Sem estrelas soltas ao vento, mesmo que no meio do dia.

Cristina Gonçalves
Enviado por Cristina Gonçalves em 15/07/2010
Reeditado em 25/10/2012
Código do texto: T2379146
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