SONETO DA RECONCILIAÇÃO

(Uma paródia do “Soneto da Separação”

do poeta Vinicius de Morais)

De repente do pranto fez-se o riso

Alegre e radiante qual lampejo;

Das bocas separadas fez-se o beijo,

Do beijo fez-se tudo que preciso...

De repente do vento fez-se a calma

Que acendeu em nós uma nova chama

E o amor reacendeu em nossa alma

A paz que exterminou o nosso drama.

“De repente, não mais que de repente”

Fez-se de certo o que se fez errante

E de presente o que se fez ausente.

Fez-se de próximo o que era distante

Fez-se da vida uma aventura amante

“De repente, não mais que de repente.”

ANTONIO COSTTA