Desconstrução

Mesmo que eu me atrase

O importante é ver meu amor

Todos os problemas são cobertos pela imagem

E pela luz que me dá o seu calor.

E de fato eu me atrasei.

E, no entanto, eu vim te ver.

Nem que fosse num "rápido segundo",

Eu precisava me colocar no meu mundo.

"É preciso revanchismo do hipocentro das razões" (?)

É preciso um "sonho universal" (?)

É preciso um "tema fundamental" (?)

Com qual emoção sentimos nossas emoções?

Só sei que sem teu beijo se faz o deserto.

Também sei que, em minha mente, és o (lado) certo;

Que é bobagem chamar o amor de burro ou cego;

Que é aos teus carinhos que eu me apego.

Nem sempre — nem nunca — a vida é feita de desejo

Por ser uma corrida sediada num "setor vermelho"

Com muitos "L"s aprendendo a ser moldura

Do "quadro torto" que sou eu com minhas pinturas.

Mas se a rotina é consumada em loucuras e absurdos

Eu me torno herói-fundador do novo mundo

E mesmo que eu leve muitas pancadas na cabeça

Rezo para que em minha mente eu não me perca.

Luto para que em minha mente eu não te perca.

Este meu "inimigo interior", parte do "medo",

Não somente o integra, mas o começa em segredo

Por mais ruidosos e enganadores que os ventos sejam.

De um parque — enquanto pensas aqui perto —, eu escrevo

A ouvir teus "bandolins" e "rosas" eu me atrevo.

Juntos temos o futuro, enquanto eles somente têm o passado.

Preferimos ser a causa a ser o efeito e os fatos.

Eu me desconstruo e amo

Eu me reconstruo e luto

Não somos um + um, pois nem o sinal de "+" nos separa

Juntos somos um em um sussurro

Somos um em um silêncio

Somos um em uma estrada.

Caio Trova
Enviado por Caio Trova em 14/07/2010
Código do texto: T2377931
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