SENTIMENTO

Depois de pensar... sim, depois de muito pensar...

Cheguei à conclusão que te quero mesmo sem querer

Que perco-me num emaranhado de idéias correndo riscos por amar

No afã de encontrar um por que.

Que explique este desejo assombroso por você

Em minha sã consciência pode parecer algo estranho e louco

Pois te quero sem ao menos conhecer

Esta face que me encanta cada dia mais um pouco.

Quem me dera poder agir desesperadamente

E cometer os desatinos do amor

Talvez eu não estivesse com a minh’alma aflita, doente...

Amargando as agruras desta grande dor.

Dor que me angustia e me deixa num caminho de ilusões

Sem saber se devo voltar ou seguir em frente

Ensaio inúmeros pedidos de perdões

Com a minh’alma silente.

Parece algo simples que se torna complexo

Por não apresentar uma explicação coerente

Penso outra vez em tudo que já pensei e fico perplexo

Pasmo no meio do caminho, atônito, demente...

Meu Deus! Meu Deus! Como é deprimente

Amar sem ter a certeza do sentimento alheio.

Estas dúvidas obstruem a minha mente

Porém quanto mais ouso a fugir me enleio.

Perco-me sucessivas vezes...

Nos meus involuntários anseios

Passam os dias, os anos, os meses

E nunca pude encostar a minha cabeça em teus seios.

E me senti confortado por este amor que se duplica

Mesmo sendo afrontado por tantos receios.

Hoje eu sinto algo que não se explica.

E te quero por todos os meios.

Todos os meios através dos quais

Me seja possível lutar até exaurir-me

Pois eu sei nunca mais

Eu tirarei do peito este amor que você reprime.

Sofro todas às noites com as coisas que presumes

Chegastes a afirmar que não tenho sentimentos

Não sei se afirmastes por medo, receio ou ciúmes

Sofro por você não enxergar o que sinto por dentro.

Outra vez me deito com o coração sangrando

Adormeço sonhando com o teu cheiro de Floratta in Blue

A minh’alma continua te esperando...

No afã de acariciar a tua pele tênue.

Quando eu dormia...

A minh’alma saiu do meu corpo atraída pela fragrância de Cecita

Você se fez presente em meus versos

E com conhecimento de causa espero que você reflita.

Nesta situação em que estou vivendo

E que mesmo sofrendo não me retiro

A minh’alma está quase morrendo...

Após ser atingida por seu tiro.

Você foi embora sem nenhuma justificativa

E até hoje não consigo ser feliz

A minh’alma mortalmente ferida luta para se manter viva

E esquecer as coisas que você me diz.

Penso em você e a minha mente se desespera

O meu coração dita palavras e treme de repente

As décadas se passam e continuo a tua espera

Mesmo sabendo que estás ausente.

Choro ao saber o quanto fui ingênuo

Em acreditar, em crê

Que você me queria com este teu gênio

Que não consegues conter.

Num destes dias me convidastes à tua casa

Suspirei, contive as lágrimas e guardei segredo

A minh’alma reviveu, criou asas...

Contudo caminhei nos meandros do medo.

Cheguei trazendo nas mãos um coração que você oprime

Entrei e você permaneceu horas calada desapontado levanto-me e saio

Sem rumos, sem nortes em busca de terra firme.

E quanto mais tento levantar-me caio...

Num mar profundo de descontentamento

Sem que ninguém possa perceber

E ainda que você não creia no meu sentimento

Eu nunca vou deixar de te querer.

Escritor Acadêmico Jailson Santos – 13/07/2010