Fotossíntese do Amor
O amor chorou de vergonha
Impelido pelo sombrio despertar da orgia,
Navegou em mares utópicos repletos de hipocrisia
E consolidou a tristeza de uma vida enfadonha.
As lágrimas do amanhecer provocaram pântanos
Onde amores fecundos se tornaram alegorias,
O orvalho mergulhou em profunda nostalgia
Dissolvendo nos vales saudoso e cristalino pranto.
Na palidez dos campos houve brumoso inverno
E na fotossíntese do dia o tempo escureceu,
No néctar das flores diluiu-se resplandecente camafeu
Onde o porvir dorme ressabiado e incerto.
Nas nuvens que choram mefíticas lembranças,
Renascem no coração do mundo pálidas e velhas esperanças!