Fotossíntese do Amor

O amor chorou de vergonha

Impelido pelo sombrio despertar da orgia,

Navegou em mares utópicos repletos de hipocrisia

E consolidou a tristeza de uma vida enfadonha.

As lágrimas do amanhecer provocaram pântanos

Onde amores fecundos se tornaram alegorias,

O orvalho mergulhou em profunda nostalgia

Dissolvendo nos vales saudoso e cristalino pranto.

Na palidez dos campos houve brumoso inverno

E na fotossíntese do dia o tempo escureceu,

No néctar das flores diluiu-se resplandecente camafeu

Onde o porvir dorme ressabiado e incerto.

Nas nuvens que choram mefíticas lembranças,

Renascem no coração do mundo pálidas e velhas esperanças!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 10/07/2010
Código do texto: T2369673
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