Língua

A poesia fria deitada nua de costas.

Fazendo provocações sobre questões

Morais e sentimentais e falando coisas

Cada vez mais acidas sobre a vida.

Olho de rabo de olho para as letras,

Todas expostas notando as sutilezas

E os significados complexos das vogais

E das consoantes todas dissonantes

Da versão romântica da nossa língua

Enrolada em línguas estrangeiras,

Todas dificultando a compreensão

Do que se passa no coração

Na alma e na cabeça de tudo que queremos

Dizer na realidade cada vez mais distorcida.

Língua mãe, língua madrasta dos iletrados

No verbo que quero conjugar. E dominar

Com todas as regras e todas as dimensões

Que as palavras alcançam, transformando

Elas em sensações e emoções para

Que tudo que se passa na alma do poeta

Tenha sua morada no reduto dos versos.

Em rima e prosa com tulipa, margarida e rosa

Para adocicar os lábios que falarão as palavras

Que nunca mais estarão no mesmo lugar.

09/05/2010

Marcelo Riboni

19:42hrs.

Marcelo Riboni
Enviado por Marcelo Riboni em 07/07/2010
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