Nossa conversa...
Ontem amei falar contigo
Mas não sei se esboçava
O tanto quanto eu abrigo
Toda essa imensa alegria
Do que via ou o que sentia
A deparar-me à tua fisionomia
Cada vez, de mim, mais perto
Tocar por palavras e versos
Na tua pessoa tão intensa
Que moldura... Bela figura
Meiga, inteligente e reflexiva
Descortinava à minha frente
E, naquele instante, de repente
Tão sublime, terna e cativante
Senti que invadia os teus domínios
Secretos pensamentos errantes
Apenas me entreguei... Somente!
Simplesmente sonhei-te
Que me chamavas...
"De meu marido!"
Vislumbrei e vibrei
Ouvi-la despida de impurezas...
‘Um dia eu serei tua mulher’
Pois senti que eras a peça
Do meu tabuleiro de xadrez
Que me faltava, de um coração
E toda a dor foi então desfeita
Porque tinhas o dom perfeito
Um talento ébrio de emoção
Um alento mais que repleto
Um jeito doce e completo
Fora dos padrões do normal
Como vinho num castiçal...
Para celebrar a união celestial
Aproximaste-te de mim assim
Recolhi-me de joelhos em silêncio
Atrás da tela que pintavas
Pois me senti tímido e intruso
Como quem se espreita obtuso
Ávido por um olhar de carinho
Atrás da porta entreaberta...
Na esperança de vê-la entrar.
Hildebrando Menezes