Ciúmes

Peguei um barco do amor pra qualquer canto...

No encanto dos teus olhos a balançar

Nem sei se o remanso das estradas em que balanço

São de terra batida, de asfalto, ou se é de mar

Eu que, deveras, sabia quem eu era

Agora nem sei quem sou, pois nesta quimera

Sou eu, sou sua, sou fera, sou lua

Sou sol, sou estrela, sou mundo, sou arrebol

Vario, no pio dos pássaros pelas manhãs

Eu mudo no fundo eu quero ser só o que sou

Silêncio..., és tu que me chamas, me ama

Desnuda que estou

Nem tento fugir se me lanhas e me arranha

Nesta sanha que é ser sua rainha, na linha eu ando

Ciúmes...

Do meu perfume, queixume: - Cheirosa estás!

- Se for pra mim, bem assim, podes ficar...

- Se for pra outro, te banhes, não te assanhes, te faço voltar

Eu melindrosa, nem ligo, sorrio, e passo

No meu regaço mais do perfume pra te perturbar

Sigo assim, sou menina, levada

- Que nada! Nem vais me deixar...

Porque tu me amas, reclamas

Mas sem meu abraço não podes ficar

Ciúmes...

Profano, sem plano, insano

És louco, te digo, mas deixe estar

Eu do teu lado, te invado

Suado, te viro de lado, te afago, me acabo

Eita, te deixo cansado,

És meu rei, e eu tua rainha

Quem não adivinha, não sabe

Nem que dentro de cada um de nós cabe

Coisa gostosa é essa de amar...

JANA CRAVO
Enviado por JANA CRAVO em 05/07/2010
Reeditado em 05/07/2010
Código do texto: T2359936
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