Ciúmes
Peguei um barco do amor pra qualquer canto...
No encanto dos teus olhos a balançar
Nem sei se o remanso das estradas em que balanço
São de terra batida, de asfalto, ou se é de mar
Eu que, deveras, sabia quem eu era
Agora nem sei quem sou, pois nesta quimera
Sou eu, sou sua, sou fera, sou lua
Sou sol, sou estrela, sou mundo, sou arrebol
Vario, no pio dos pássaros pelas manhãs
Eu mudo no fundo eu quero ser só o que sou
Silêncio..., és tu que me chamas, me ama
Desnuda que estou
Nem tento fugir se me lanhas e me arranha
Nesta sanha que é ser sua rainha, na linha eu ando
Ciúmes...
Do meu perfume, queixume: - Cheirosa estás!
- Se for pra mim, bem assim, podes ficar...
- Se for pra outro, te banhes, não te assanhes, te faço voltar
Eu melindrosa, nem ligo, sorrio, e passo
No meu regaço mais do perfume pra te perturbar
Sigo assim, sou menina, levada
- Que nada! Nem vais me deixar...
Porque tu me amas, reclamas
Mas sem meu abraço não podes ficar
Ciúmes...
Profano, sem plano, insano
És louco, te digo, mas deixe estar
Eu do teu lado, te invado
Suado, te viro de lado, te afago, me acabo
Eita, te deixo cansado,
És meu rei, e eu tua rainha
Quem não adivinha, não sabe
Nem que dentro de cada um de nós cabe
Coisa gostosa é essa de amar...