Calças arregaçadas...
Parecemos dois meninos traquinas
Saltitando pelas ruelas e esquinas
Agora a desvendar nosso passado
Ao brincar na areia do tempo...
Pelos álbuns olho tuas novas fotos
Tudo em ti me parece tão lindo...
Os teus cabelos... Riso, semblante
Tuas belas feições estão assim...
Como que adornadas
Com salpicos de mar
Mas em cada uma delas
Sinto que estás me deixando...
As tuas pegadas para desvendá-la
De uma história a ser contada
Gravada na areia molhada
E que enquanto eu aqui na Bahia
Onde Cabral aportou suas caravelas
Vindo daí a descobrir nosso Brasil
Pressinto ansioso a tua chegada
Nas ondas por onde se espreguiça
Beijando-te os dedos dos pés
Com a tua pele bronzeada
Plantada em dorso deslumbrado
Como onda que inunda o convés
E que me acaricia através...
Da espuma branca que borbulha
Pela languidez do esguio pescoço
Sinto-a na feminina marca de batom
Como qualquer menina enciumada
Distante e temendo não ser amada
E a contemplo no toque das ondas
Do mavioso mar de Guarajuba
Que deixa em ti uma pontinha
De cada um dos dedos salgados
Cravejada de pedrinhas...
Tão brilhantes como diamantes
E bem assim que me sinto feliz
Tendo você perto de mim...
A namorar comigo em versos
Até o dia que chegarei de surpresa
Para vivermos juntos nosso sonho de AMOR!
Hildebrando Menezes