Fases

Hoje a Lua veio linda como um bolo sobre a mesa
Atoalhada de estrelas
Mas que mesa! Que estrelas! Como eu poderia vê-las
Com o colírio da tristeza?

Mas ela veio imponente, remédio pra mim doente
Da Alma oftalmilógica
E a lua foi minha vista, minha lente de contato.

Pena os braços serem curtos
E impossível o tato!
Se não a alcançaria, e como um polvo paraplégico
Tocaria no ponto mais estratégico
Da bailarina galáctica
E viveria o milagre de me curar da estática.

Limpando a boca na toalha
Beijando o rosto prateado
Refletido em meus sem-ciso
Pra ser nosso o meu sorriso.

Depois um Pala Gaúcho
-Daqueles que vestem os “bruxos”
Que se despem da Mortalha-
Faria caseando a toalha
Com minha adaga “de luxo”

E ao me salvar da tristeza
Nu sobre a negra travessa
Ser saboreado sem pressa
Em noturna sobremesa...

Mil espasmos... Mis orgasmos
Mais estrelas, mais abraços
Bem mais nós, menos espaços

"Media-luz" nos dois quadrantes
Ela dentro dos meus olhos
Bateias dos seus, brilhantes.

Nós, garimpeiros da luz
Cambiando o Amor Crescente
Cada um dentro da gente

Para os dois ficarmos Cheios
Matando a sede dos meios
Com as águas novas de amantes
No fim do quarto, minguantes...

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 04/07/2010
Reeditado em 06/05/2012
Código do texto: T2358347
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