MORRER DE AMOR
( Na quarta parte nova se mais mundo houvera lá chegara. * OS LUSÍADAS/ LUIZ DE CAMÕES.)
Contemplei-me no espelho,
via-me mais velho...
Meus cabelos pretos,
pretos não eram mais...
Minha tez lisa,
lisa não era mais...
Meu queixo agudo,
agora está enrugado,
que horror virou uma papada...
Uma mulher que me amava,
agora não ama mais...
Vivo queixando do revertério que sou...
(Não sou, estou...)
Espelho mentiroso esse aí...
Mulher mentirosa essa aí...
A aparência exterior mudou,
o interior continua o mesmo...
Mesmo assim ainda não sei quem sou,
só sei que ando a esmo...
Um dia a noite vi a lua cheia.
Numa metade eu via eu,
na outra metade uma sereia...
A lua refletia-se no mar,
na minha metade, metade do rosto dela.
Na metade dela, metade do rosto dela...
A onda a balançar...
Uma nuvem tampou a lua,
a sereia sumiu, estava nua...
...Meus cabelos brancos estão...
Minha vida esvaindo vai.
Triste meu coração...
Cada vez mais triste ficando vai.
É muita dor!...
Não sei se é pior morrer de ilusão...
Não sei se é pior morrer de amor...
Goiânia, 04 de JULHO de 2010.