Mau Caráter...

Também os poetas precisam do sexo, do pecado.

Precisa da carne, do cheiro, ser tocado...

Corpos suados como poemas entrelaçados,

Vertigem do gozo, olhares marcados.

Também o poema precisa do ardor,

Um calor que arrepia mostrando o torpor...

O dedo desliza quão caneta no verso,

O corpo incendeia num beijo imerso.

Dos movimentos, da respiração ofegante,

Dos toques suaves, das mãos do amante.

E dos prazeres que prazem, a luz de velas,

Também os poetas precisam delas...

Mas ao acordar da noite voluptuosa,

Esqueça do rosto, das formas suntuosas,

Olhe nos olhos e dê um sorriso de alegria,

Pois no dia seguinte és apenas uma poesia.

Lúcio Vérnon
Enviado por Lúcio Vérnon em 30/06/2010
Código do texto: T2350242
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