"O GRANDE REI"

Olhei no fundo do olho do poço do oásis

E nada perguntei...

E ele, mirando no fundo dos meus, indagou:

Afinal, quem quer saber? Tu, ou eu?

Nada respondi e ele também se calou...

Ficamos apenas nos olhando

Um no fundo do outro...

No Fundo dele eu vi a mim

No tempo em que não era deserto...

E ele, de certo, também me viu.

E eu o vi, quando ainda era rio...

Nada falamos para nós

Só precisávamos da voz

Que o silêncio nos emprestava:

O não-som bege das areias

Que só dançam a do Vento

E a dos milhões de véus,

Para os que, com os olhos nos céus

Perguntando pras estrelas,

Rastejam e serpenteiam por "elas"

Até chegarem aos seus poços

Com as palmeiras pubianas

-Vésperas dos oásicos ventres-

Onde depositarão em próprio benefício

O sacrifício das suas mais

Férteis e Amorosas Sedes...

( A Ghiyath al-Din Abu'l-Fath Umar ibn Ibrahim Al-Nishapuri al-Khayyami;Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry e todas as Almas Poéticas de Sangue Arenoso)

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 30/06/2010
Reeditado em 14/04/2015
Código do texto: T2350027
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