"O GRANDE REI"
Olhei no fundo do olho do poço do oásis
E nada perguntei...
E ele, mirando no fundo dos meus, indagou:
Afinal, quem quer saber? Tu, ou eu?
Nada respondi e ele também se calou...
Ficamos apenas nos olhando
Um no fundo do outro...
No Fundo dele eu vi a mim
No tempo em que não era deserto...
E ele, de certo, também me viu.
E eu o vi, quando ainda era rio...
Nada falamos para nós
Só precisávamos da voz
Que o silêncio nos emprestava:
O não-som bege das areias
Que só dançam a do Vento
E a dos milhões de véus,
Para os que, com os olhos nos céus
Perguntando pras estrelas,
Rastejam e serpenteiam por "elas"
Até chegarem aos seus poços
Com as palmeiras pubianas
-Vésperas dos oásicos ventres-
Onde depositarão em próprio benefício
O sacrifício das suas mais
Férteis e Amorosas Sedes...
( A Ghiyath al-Din Abu'l-Fath Umar ibn Ibrahim Al-Nishapuri al-Khayyami;Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry e todas as Almas Poéticas de Sangue Arenoso)