O Arco de Íris
Ebúrnea face me tocou serena,
Nesta manhã de missa lisonjeira,
Cantada aos pios pela voz amena
De minha amada, amada por inteiro.
Em toda ela a mística decência,
Do corpo em flor até a alma pura,
Cheia de sóis em tua toda essência,
De ser divino e ímpar criatura.
Como uma cruz no cimo da Igreja,
Teus olhos luzem um luzir tão casto,
Desses que encantam a tudo que os veja,
Como o amor do qual nunca me basto.
Outra em mim jamais terá guarida,
O arco de Íris já fisgou-me o peito,
Excelsa sorte o ter contigo a vida,
Que nos completa o já amor perfeito.
Áureo horizonte busco em teu sorriso,
Que em minha prece teu labiar revela,
Já com um beijo conjugado vivo,
Em minha boca que à tua só espera.
Para o findar das dores da saudade,
E a inexistência do desamor profundo,
Invade logo o fogo que me arde,
Ama-me doce como a flor do mundo.
Serei então o eterno pouso santo,
Do coração no peito desbravado,
Pela paixão que sei ser grande o quanto
O amor que tenho e dou-te como amado.